segunda-feira, 15 de abril de 2013

REBLOG: ORIENTAÇÃO COMO CARTÃO DE VISITAS

"Em meio às polêmicas envolvendo o termo "homossexualidade" nos últimos acontecimentos, desde a participação do pastor Malafaia no programa da jornalista Marília Gabriela (comentei aqui), a aprovação do casamento igualitário no estado de SP, que rendeu o polêmico vídeo do VJ Pc Siqueira (aqui), até a então zona de revolta púbica com a posse do pastor Feliciano como presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias, passei a refletir sobre algo que eu já não concordava: orientação sexual como cartão de visita.
A coisa mais comum ao conhecer alguém é logo ser perguntado sobre sua orientação sexual. "Você é gay, hetero ou bi?". Já perceberam? Para mim, orientação é algo individual, e não entendo o porquê de tanto interesse alheio nisso. Não sou contra dizer abertamente sua orientação sexual ou a favor de namoro escondido, muito pelo contrário, mas não concordo em definir uma pessoa por sua orientação, e é justamente isso o que ocorre em nossa sociedade, pautada em pré-conceitos. 

Todos nós somos divididos em grupos e não mais vistos como indivíduos, e isso agrava um ideal totalmente errado quando somado à falta de conhecimento: o de generalização. É frequente ouvirmos que "os gays são depravados" como se não houvessem pessoas heterossexuais presas por estupro, ou que "gays só vão na parada gay para transar" como se não houvessem heterossexuais que transam em baile funk. Comportamento é questão de caráter, e não orientação, mas poucos são os que entendem dessa forma. Uma pessoa não é depravada por ser homo ou heterossexual, mas por ser de má índole. 

Claro que há todo um contexto histórico-social para tal, mas é preciso dizer, esclarecer e contrariar, porque a ignorância atrasa a evolução. Outro absurdo comum é ouvir que "casal homossexual jamais poderá criar um filho de forma saudável" como se não fosse tão comum casos de pais heterossexuais jogando filhos pela janela do apartamento, em rios ou latas de lixo. O que sãos esses pais heterossexuais então? Generalizamos dizendo que todos os heterossexuais são incapazes de criar um filho? Não.

Enquanto não pararmos de nos prender a preconceitos, jamais avançaremos. Não deveria ser de importância se a pessoa com quem vivo é do mesmo sexo, ou se você é uma mulher que construiu sua vida ao lado de outra, mas deveria sim sermos definidos por nossas atitudes, personalidade e valores. Ser homossexual não faz de ninguém uma pessoa melhor, mas ser heterossexual também não, assim como também não faz ser pior. Não deveria, portanto, ser negado direitos àqueles que simplesmente vivem com alguém do mesmo sexo, mas sim àqueles que, independente de orientação, infringiram a lei ou causaram mal a alguém. 

Se pararmos para pensar, parece tolo ter que lutar tanto por esses ideais que deveriam ser comum a todos nós. Direitos humanos a todos os humanos... sem distinção.

Assim, quando conhecer alguém, como acontece corriqueiramente todos os dias, pouco se importe se ela é gay, hétero  bi, transexual ou o que for, mas apenas se ela é uma boa pessoa, porque isso é o que basta para se viver de forma saudável."

Por: www.mattcabot.com 


Um comentário:

  1. Um texto maravilhoso!
    concordo com tudo.
    é como dizem '' O Amor não escolhe raça ou sexo. O amor é livre ''

    Daniel Braz.

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